
"Desde pequena, sempre fui tímida e vergonhosa..."
DESABAFO
"Desde pequena, sempre fui tímida e vergonhosa..."


Desde pequena, sempre fui tímida e vergonhosa. Pensei que era algo meu, mas recentemente percebi que foram situações que passei e desencadearam isso. Hoje, vivo pelo que os outros pensam, sem opinião própria, e sinto que perdi minha autenticidade. É aquilo que falam, né? A infância reflete na vida adulta. Não sei como lidar com isso, pois afeta muitas decisões importantes que preciso tomar.
Você tem toda razão: a infância reflete na vida adulta. No entanto, isso não significa que ela te condena para sempre — mas sim que ajuda a explicar.
O que você sente hoje não é "quem você é", mas o que você aprendeu a ser para se proteger.
Criança tímida muitas vezes não é tímida por natureza, mas sim uma criança que não foi ouvida, que aprendeu a não incomodar e que entendeu cedo que ser invisível era mais seguro.
O problema é que esse modo de sobrevivência cresce conosco. E aí, lá na frente, você se vê adulta, com escolhas importantes para fazer, mas ainda vivendo com medo de desagradar, errar e ser rejeitada — e isso paralisa.
Recuperar isso não é fácil. Mas é possível. Comece com pequenas escolhas:
- Dê sua opinião, mesmo estando insegura.
- Fique em silêncio quando não quiser concordar.
- Vista-se do jeito que te represente.
- Escute-se, sem precisar buscar validação.
Reconstruir sua identidade é tornar-se a mulher que a sua criança precisa que você seja!
Como se perdoar? Às vezes, guardo rancor de mim mesma por situações do passado em que eu acho que deveria ter agido melhor — de uma maneira diferente da que realmente agi. Tenho consciência de que o importante é saber que evoluí e não teria as mesmas atitudes atualmente, mas não consigo deixar todas essas situações no passado. Fico remoendo tudo e me arrependendo de não ter "acertado".
Perdoar os outros já é difícil, mas perdoar a si mesmo pode ser ainda mais desafiador.
Com os outros, ainda conseguimos dizer: “Fulano não sabia. Ciclano não queria machucar.” Mas, quando a cobrança é interna, a voz do julgamento parece ser ainda mais cruel.
Só que há uma coisa que você já percebeu: você não é mais aquela versão. E isso já é a maior prova de evolução.
Você só consegue se arrepender agora porque cresceu, amadureceu e se tornou capaz de ver com mais clareza. A versão de ontem fez o que pôde com o que tinha, enquanto a de hoje precisa parar de punir quem apenas tentava dar conta.
Remoer é uma forma de tentar consertar o passado sem aceitar que ele já aconteceu. Perdoar a si mesma é reconhecer que errar faz parte do caminho — e que o arrependimento não precisa ser uma prisão.
Ele pode ser um lugar de aprendizado. De humanidade. Afinal, há algo mais humano do que isso? Errar, arrepender-se e evoluir? Diria que estamos na vida para passar por esse looping algumas vezes!
Se você quer ser justa com quem é hoje, precisa ser gentil com quem você foi. Ninguém evolui odiando-se. Só nos transformamos quando aprendemos a abraçar a própria história — até mesmo as partes que não nos orgulhamos.
— @Gabi
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Redação
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