Preciso focar em um concurso público, mas acabo procrastinando ou dormindo devido o cansaço, não sei como ajeitar a rotina, para conciliar esse estudo e passar em um concurso.

Admiro você! Sua rotina, ao mesmo tempo que deve ser aconchegante, por ter ao lado pessoas que ama muito e quer cuidar, deve ser cansativa, cheia e desafiadora. Você não tem o luxo de pensar só em você e em uma rotina que segue perfeitamente os SEUS horários e objetivos. Tem que fazer isso para além de você.

Primeiro, reconheça que já dá conta de muito…

Segundo, pela sua pergunta, consigo presumir sua autocobrança e, por isso, gostaria que entendesse isso aqui (que já falei algumas vezes):

Em alguns momentos, para ser 10 em algo, terá que ser nota 6 em outras coisas.

Nossa cultura exige que as mulheres sejam profissionais como se não fossem mães e ao mesmo tempo sejam mães como se não fossem profissionais.

Isso só funciona no papel.

Mulher, ninguém dá conta de tudo! rs.

Às vezes o serviço vai sair meio capenga mesmo, mas isso não quer dizer que tudo está perdido.

Saiba respeitar seus limites para conseguir dar um passo de cada vez.

Talvez sua procrastinação venha do fato de constantemente querer fazer tudo de uma vez, em todas as áreas da sua vida! Não vai rolar.

Então vamos para o lado prático da coisa:

1. Mesmo que isso não dependa só de você e dos seus horários, tente estipular uma rotina para sua semana. Aqueles compromissos e tarefas que já são certos, ANOTE na agenda ou em um guardanapo, que seja, e encaixe as outras responsabilidades entre eles. E se imprevistos surgirem: está TUDO BEM! Eles sempre vão surgir, principalmente na vida de mães. Mas uma certa previsibilidade sobre o que você precisa fazer vai manter sua mente mais calma.
2. Se comprometa a estudar 1 pergunta de concurso por dia e não TODAS as questões que possivelmente cairão em uma prova. Consegue perceber a diferença? Talvez em um dia mais tranquilo você consiga se dedicar até a 2 ou 3 — e isso será maravilhoso. Mas vamos combinar começar com 1 só? É de pouco a pouco que a engrenagem começa a andar mais rápido. De 1 em 1, mesmo que leve mais tempo, vai chegar um momento que você estará mais preparada. O fato de você querer chegar logo no final é o que te faz negligenciar o começo e te paralisa.
3. Converse com seu marido sobre isso, principalmente sobre a situação financeira. Vocês podem combinar as coisas. Nesse momento, talvez a questão financeira será um peso sustentado prioritariamente por ele, mas o alinhamento entre vocês pode deixar a visão mais clara de que isso é para um bem maior da família toda no futuro.

Por último e, mais uma vez: admiro você.

Tenho uma profissão no qual estudei 5 anos, mas minha família tem uma empresa em um ramo totalmente diferente. Às vezes sinto que devo seguir com a empresa da família por todo o esforço que tiveram para chegar aonde estão hoje, até porque querendo ou não é uma garantia de uma vida mais tranquila financeiramente no futuro. Porém eu amo a minha profissão e ela não me dará tanto retorno financeiro assim e não sei o que fazer.

Se pergunte o que você MAIS quer: a profissão que ama ou o retorno financeiro?

Mas já gostaria de te adiantar: é possível ter os dois.

Talvez você não enxergue isso, porque está olhando para essa profissão como um ideal de realização, felicidade plena e prazer. Mas, na verdade, por mais que você a ame, ela vai te exigir MUITO esforço, dedicação, ética, competência, evolução e provavelmente, abdicação de algumas coisas que você também gosta muito.

No contexto que vivemos hoje, é muito difícil que alguma competência não seja capaz de retornar financeiramente quem encontra os lugares certos de aplicá-la.

Nosso mundo é muito mais dinâmico hoje, e existe muito espaço nas vitrines.

Mas talvez você ame tanto essa profissão, que não queira “manchá-la” com a dor da rotina e do estresse.

Não tem nada de errado nisso. Você pode transformá-la em um hobbie, por exemplo e fazer do trabalho na empresa da sua família o seu ganha pão, que vai te proporcionar segurança financeira e liberdade sobre tempo para se dedicar ao que gosta de fazer.

Percebe que aqui você também conciliou o financeiro com aquilo que você ama fazer?

Por isso, volto à primeira pergunta: O QUE VOCÊ MAIS QUER?

Dinheiro, tempo, um serviço satisfatório…

Será que um exclui o outro? Ou dá pra encontrar diferentes formas de conciliá-los?

— Sarinha

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