“Sinto que minha vida tá de cabeça pra baixo! Eu terminei minha especialização (em outro local) e voltei para a casa dos meus pais para ajudar meu pai em um momento difícil da vida dele. Com isso, acabei percebendo que talvez eu não goste tanto assim da minha profissão, mas tenho sofrido com a pressão da minha família que está na hora de “arranjar algo”, mesmo que eu não goste, porque eles afirmam que sempre fui independente. Eu não sei o que fazer nesse momento.”

Atualmente, essa sensação de desencaixe é mais comum do que parece. Crescemos ouvindo que precisamos escolher uma profissão cedo, seguir um plano linear, ser úteis e independentes.

• Mas, quando a vida não segue esse roteiro de forma perfeita, vem a culpa, a dúvida e a sensação de estar falhando.

Você vive um momento importante. Algo está te chamando para olhar para dentro. Você está sentindo. Está percebendo. Está presente no agora — algo raro e precioso. Isso já é um sinal de transformação.

A pressão da família existe, claro. Mas o que ela quer (a sua estabilidade) não precisa vir pelo caminho que eles esperam.

Você pode, sim, “arranjar algo”. Mas que te aproxime de quem você é, e não que te afaste. Isso leva tempo.

Agora é hora de escutar. Seu incômodo é bússola — perceba isso. Se ele está aí, é porque há algo pedindo para ser olhado com coragem. Você já fez o movimento de voltar para cuidar do seu pai. Agora, talvez seja hora de também cuidar de si.

“Eu sou grato por muitas coisas — de verdade —, mas às vezes sinto que isso não fica claro pros outros. Talvez porque eu pense demais antes de falar e acabo, na maioria das vezes, não dizendo o que realmente sinto. Aí minha gratidão parece meio escondida, quase como se não existisse. Como mudar esse sentimento?”

Por que o outro precisa enxergar a SUA gratidão? Ser grato não significa necessariamente ser demonstrativo.

Gratidão é uma energia sutil — ela aparece muito mais nos gestos do que nas palavras. Mas, se você sente que ela está presa dentro de você, e quer expressar sua gratidão justamente por suas relações, talvez seja importante entender o que trava esse impulso.

A boa notícia é que isso pode ser ajustado de forma simples, com pequenas ações no dia a dia.

• Dizer “obrigado”, olhando nos olhos;
• Escrever uma simples mensagem;
• Compartilhar uma memória.

São pequenos sinais de presença que dizem: “Eu vejo você. Eu sinto. E eu sou grato.”

Sua sensibilidade é linda. Não deixe que o excesso de pensamentos abafe o que seu coração já sabe.

— @Gabi

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