
A mente não cala
POV
A mente não cala


Imagina que você está sentado em um lugar calmo — uma montanha ou uma praia paradisíaca. Nada está acontecendo. Mas e a sua cabeça? Provavelmente estará repleta de acontecimentos.
Ela vai decidir se o céu está feio ou bonito, analisar o formato das suas unhas, ou lembrar-se da mensagem que ainda não respondeu e inventar possíveis desfechos pra uma situação que nem aconteceu.
É assim o tempo todo. A mente não cala. E a gente acha que é pelo fato de que somos racionais, seres pensantes. Mas talvez não seja isso. Talvez, o motivo pelo qual a mente fala tanto é porque tem medo.
Michael Singer, no primeiro capítulo de Alma Indomável, diz que essa tagarelice mental está ali pra nos proteger.
A mente não suporta o vazio, o desconhecido, o que não pode ser controlado. Por isso, narra tudo o tempo todo. A mente fala pra preencher o silêncio, pois o silêncio assusta. Ele nos aproxima demais daquilo que evitamos sentir: inseguranças, medos, angústias. Então, ela fala e a gente ouve.
Uma das formas favoritas da mente de se proteger é rotular, pois rotular é um jeito rápido de se sentir seguro. Se eu digo que uma pessoa é “arrogante”, “difícil”, “mimada”, não preciso mais lidar com o desconforto de tentar compreender quem ela realmente é. Posso arquivar e seguir.
Contudo, esse rótulo, que parece nos poupar energia, nos afasta de algo muito mais poderoso: a verdade. O que simplesmente é, a complexidade do outro e, também, a nossa.
E não é só com pessoas que fazemos isso. Rotulamos tudo, desde acontecimentos, fases da vida, lugares e até sentimentos.
- “O tempo tá horrível”;
- “Esse dia foi péssimo”;
- “Tô numa fase tenebrosa”.
Tudo vira uma legenda mental, como se a vida precisasse de uma narração constante pra ser compreendida. No entanto, será que precisamos mesmo entender tudo? Será que não é aí que mora a prisão?
A mente acredita que, nomeando, ela está no controle, mas essa tentativa de controle absoluto nos impede de viver com presença. O motivo? Quem rotula não está presente — está tentando prever, evitar, analisar.
Por conta disso, em vez de mergulhar na experiência, ficamos nadando na superfície das palavras. Quando tudo cala, quando a gente finalmente silencia, algo muito mais profundo aparece: a consciência. A presença silenciosa que observa sem precisar explicar.
Talvez o maior gesto de liberdade não seja pensar mais, mas pensar menos.
- Observar sem julgar;
- Sentir sem rotular;
- Estar sem entender.
A paz que buscamos talvez esteja no silêncio que vem quando a mente cala. Nesse espaço, entre um pensamento e outro, existe algo que a mente não consegue narrar: a verdadeira essência de tudo.
— @Gabi

Redação
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