Quando sabemos que posição queremos ocupar, o outro ganha pouco — ou quase nenhum — poder para nos tirar dela.

Em toda relação humana — com seus conflitos, interesses e benefícios — existe algo que vem do outro e algo que vem de nós mesmos.

As pessoas escolhem as palavras que usam para se dirigir a você, o tempo que reservam para estar ao seu lado e o esforço que fazem para te agradar, lidar com seus defeitos e reagir diante das suas conquistas ou erros.

Contudo, você também escolhe como reage a cada uma dessas coisas que vêm delas:

• Acreditar ou não quando alguém diz que você é — ou não é — capaz de algo;
• Aceitar o tempo que a outra pessoa te oferece e decidir quanto tempo irá dispor para estar com ela também;
• Interpretar e absorver as palavras que ela lhe dirige — e, principalmente, decidir o peso que dará a elas;
• Basear ou não seu valor naquilo que os outros te atribuem, ou na forma como você mesmo se enxerga e se reconhece.

E, se alguém te coloca em uma posição de injustiça, miséria, tristeza ou ofensa, parte disso pode vir da falta de noção, gentileza, caráter, atitude e virtudes dessa pessoa.

No entanto, parte também vem da sua própria falta de posicionamento, clareza ou habilidade de se manter firme naquilo que é só seu — e que ninguém pode te tirar: sua personalidade, necessidades, desejos, prioridades e visão de mundo.

O outro pode até tentar te “oprimir”, rebaixar, injustiçar, maltratar, humilhar ou desvalorizar. Mas você, sutilmente, faz o mesmo consigo ao compactuar com isso — tornando-se coadjuvante nessa história.

Você faz o mesmo ao dar mais importância à interpretação do outro sobre o mundo — e sobre você — do que à sua própria. Ao valorizar mais o ponto de vista alheio do que a verdade dos fatos sobre sua vida.

E a verdade sobre o que está dentro de você, só você mesmo é capaz de reconhecer.

Então, que sentido faria confiar mais no que vem do outro do que nas suas próprias noções sobre a sua vida? Na sua crença sobre as coisas, sua visão e ambição para o futuro — baseadas no seu potencial, que só você conhece de verdade?

Qual posição você quer ocupar na sua própria vida, no mundo e na comunidade ao seu redor? Você pode escolher — e pode ser libertador saber essas respostas.

Quando souber a posição que quer assumir — a postura que quer (e precisa) ter para ser a versão de si que vai ao encontro do que faz sentido para sua vida — pouco importará onde o outro tentar te colocar.

Isso porque você mesmo saberá como se reposicionar, constantemente, no seu devido lugar.

— @Sarinha