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Feito de amor e feito para amar

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Feito de amor e feito para amar

Redação
Redação
16 julho 2025Última atualização: 16 julho 2025

tradução: “feito de amor e feito para amar.”

O princípio fundamental da existência humana é o amor — mas há ideias diferentes sobre isso.

No século XVII, Thomas Hobbes, por exemplo, viveu em um contexto de guerra e concluiu o seguinte: a primeira lei natural humana é o medo de morrer de morte violenta.

  • Esse medo é o que nos dá a possibilidade de matar. Afinal, somos potenciais assassinos porque somos potenciais vítimas — e essa ideia teve grande influência em toda a cultura contemporânea.

Já percebeu como, em várias situações da nossa vida, machucamos para não sermos machucados? Diminuímos alguém antes que façam o mesmo conosco?

O resultado desse medo é uma mentalidade individualista, que dificulta bastante a articulação do bem comum. E veja bem um paradoxo nessa história:

Dificilmente, sem o bem comum, haverá o bem individual.

O motivo? Algo que é, em certa medida, incoerente com o que Hobbes postulou, é que somos seres racionais e sociais.

Sem visar o bem de todas as partes em uma relação, dificilmente essa relação dará bons frutos. Se meu irmão, meu amigo, minha esposa, meu marido ou meus filhos não estão bem, de que modo eu ficaria?

Para vivermos bem, precisamos viver bem uns com os outros — e isso não parece cada vez mais difícil? Em diversos sentidos e contextos.

Relatos de solidão, tristeza e desorientação estão se tornando cada vez menos difíceis de encontrar. Será que essas coisas têm relação? A influência de filosofias como a de Hobbes pode ter moldado essas inclinações na cultura atual?

Não são poucos os desabafos que recebemos aqui sobre solidão, frustração e indecisão.

Mas a boa notícia é que existem outras filosofias que podem reacender chamas de esperança no coração.

Antes de Hobbes, veio Aristóteles, filósofo clássico, que pensava os vínculos humanos de uma forma que talvez nos seja útil resgatar e cultivar:

Na visão aristotélica, a amizade verdadeira — na qual as partes genuinamente se preocupam umas com as outras — é uma condição fundamental para a felicidade humana.

No contexto de Aristóteles, a política era uma prática entre “amigos” visando o bem comum.

Não é difícil perceber que, talvez, essa ideia de se dar bem com os outros faça mais sentido para o ser humano do que a "guerra de todos contra todos", na qual se mata para evitar o risco de ser morto — o que, por sua vez, favorece o individualismo e, consequentemente, a solidão.

Talvez o ser humano não tenha sido feito para viver de forma antissocial e egoísta. Mas, por acreditarmos por muito tempo que somos potenciais vítimas — e, por isso, potenciais assassinos —, acabamos destruindo aquilo que nos é fundamental para viver bem: a convivência saudável com o outro.

Eu sei que pode ser muito difícil chegar até alguém e dizer, SIMPLESMENTE: “Me desculpe por isso, isso e aquilo que fiz ou falei hoje. Eu sei que foi ruim e me arrependi. Não quero manter esse clima ruim entre nós.”

Eu sei também que pode ser muito difícil abrir mão do seu tempo, de ficar olhando o Instagram durante o almoço, ou ter que sair um pouco da rotina para conversar com um colega ou marcar um encontro com um amigo.

Mas talvez isso seja simplesmente melhor do que cavar um buraco para viver a maior parte do tempo sozinho. Melhor do que se render ao orgulho ou ao conforto de lidar apenas consigo mesmo.

Por mais que estejamos acostumados a viver individualmente, até que ponto isso é realmente saudável?

Talvez seja preciso aprender que, sendo os seres humanos imperfeitos, preguiçosos, orgulhosos, complexos e machucados, nenhuma relação será perfeita — nenhuma será 100%.

Mas pode chegar muito perto disso se aprendermos a manejar nossa paciência e maturidade para conviver também com os defeitos do outro, não nos apegarmos a mínimos detalhes que são ruins e transformá-los em grandes empecilhos para manter alguém do nosso lado ou cuidar dos nossos vínculos com essas pessoas, que também terão que lidar com as nossas rachaduras, nossas imperfeições. Dá para chegar aos 80% ou 90%, sim.

A lei fundamental do ser humano, na verdade, não é a guerra de todos contra todos.Afinal, nem na guerra é assim: existem soldados que lutam juntos por um mesmo exército.

A verdadeira lei fundamental da existência humana é o amor. Ele é o princípio e o fim de todo pensamento, aspiração e comportamento humano.

Amar exige uma coisa: sair de si. Olhar para além do próprio umbigo. Sacrificar um pouco, por um bem maior. Com um olhar atento, é possível reconhecer convites para isso a cada dia, a cada momento.

No final, o que dá mais sentido à vida além de ser um pouco mais amado — ou poder amar um pouco mais?

Ninguém vive bem sozinho — não por muito tempo. Sendo assim, será que não dá para tentar abraçar quem está ao seu lado?

@Sarinha

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