De segunda à sexta, joga beach tennis. Aos sábados, faz aula de cerâmica. No domingo, tenta um risoto trufado que viu no Instagram.

• Também está aprendendo a tocar violão;
• Lê quatro livros ao mesmo tempo e faz um curso online nas madrugadas;
• Ah, e ainda cogita começar a pintar. Ou talvez uma aula de dança?

Se identificou? Se sim, tenho um aviso importante: você pode ser qualquer coisa, mas não tudo!

Somos a geração do “tudo ao mesmo tempo agora”, do “você pode ser o que quiser”. Mas há uma grande armadilha. No meio de tanto estímulo, informação e possibilidades, esquecemos de uma coisa simples: foco é limite — e o limite não é fracasso, é foco.

Nos venderam a ideia de que, se não estamos explorando todas as nossas versões, estamos desperdiçando nossa vida.

Ser tudo isso ao mesmo tempo tem um preço: não ser realmente bom em nada.

A verdade é que a excelência exige profundidade, tédio, repetição, tempo e renúncia.

Você não vai jogar bem tênis treinando uma vez por semana e dividindo sua atenção com a escalada, o bordado, a pâtisserie e a faculdade de psicologia, que começou no meio da pandemia — e tudo bem.

Não dá para ser tudo. É possível escolher um interesse — ou até dois — e ir fundo. É possível ser excelente em uma coisa de cada vez.

Se quisermos nos destacar em algo, mesmo que seja só por prazer, precisaremos focar — e focar dói, pois significa abrir mão de títulos, curtidas e identidades temporárias. Mas também é isso que traz consistência. E consistência traz algo raro hoje: profundidade verdadeira.

É saber escolher. Pois quem escolhe se aprofunda. Quem se aprofunda, destaca-se.

— @Gabi