Nada é 100% autêntico. Tudo o que você cria é, em parte, baseado em suas referências — até os maiores gênios da humanidade tiveram as suas.

Se você já conviveu com uma criança, provavelmente observou o fenômeno que Jean Piaget, teórico do desenvolvimento e da aprendizagem infantil, descreveu nos processos típicos do estágio pré-operacional do aprendizado:

A criança repete, imita, representa e classifica tudo o que vê. Assim, ela assimila novas informações com as que já reuniu na sua experiência e vai “acomodando” esse conteúdo em seu intelecto, de forma a construir conceitos sobre a realidade.

Desde o início, conhecemos o mundo pela repetição. A criança não faz apenas o que lhe dizem para fazer, mas, principalmente, replica aquilo que observa em seus pais, cuidadores, amigos, professores ou em qualquer elemento presente ao seu redor.

• Coletamos referências para sobreviver e nos orientar no mundo. Afinal, vivemos com a insegurança da vulnerabilidade humana, que nasce da nossa ignorância sobre o mundo.

Não nascemos prontos — na verdade, estamos muito longe disso. Dominamos pouco sobre como agir ao longo do caminho, sabemos das nossas limitações e, consequentemente, carregamos inseguranças.

Por isso, buscamos referências: pessoas e modelos que já estão, de certa forma, à nossa frente na jornada que escolhemos trilhar.

Buscamos incessantemente por modelos. Por isso, parte de tudo o que criamos, fazemos, dizemos e pensamos vem dessas referências. Não há nada mais humano que isso, percebe?

• Todos nos inclinamos a buscar formatos e exemplos em que possamos nos apoiar e inspirar — lugares de onde possamos recolher confiança para dar o primeiro passo, aquele que nos ajuda a seguir caminhando.

Com algum guia, sentimos-nos menos inseguros diante da nossa imperfeição, fragilidade, vulnerabilidade e preguiça.

Ninguém consegue viver no caos e na desorientação, e em meio a uma insegurança tão grande a ponto de ser impossível se mover. Ao mesmo tempo, não é saudável sentir-se tão confortável a ponto de não querer evoluir.

A grande questão é: em vez de querer ser o “diferentão” e revolucionário que não se prende a nenhum modelo, você pode simplesmente focar em escolher boas referências — aquelas que vão te dar segurança para caminhar e desbravar a sua vida e seus sonhos.

São esses modelos, esses bons guias, que, no fim, ajudarão a tecer a trama da sua autenticidade e da sua originalidade — uma combinação ÚNICA de referências recolhidas ao longo da vida.

Escolha boas referências.

— @Sarinha