💡 Vez ou outra, você tem medo de dizer o que sente, pensa e quer? E mesmo se o medo não for uma questão, será que sabe comunicar essas coisas de forma clara e assertiva?

Veja essa imagem, que pode dizer mais que muitas palavras que eu trouxer sobre esse assunto:

• Não, as pessoas não sabem o que se passa na sua cabeça nem no seu coração.
• Não, as pessoas NÃO são obrigadas a adivinhar suas questões.

Como disse Lacan certa vez, o que dizemos é uma coisa e o que o outro escuta é outra.

Por todas as circunstâncias e contextos que carregamos da nossa história, aprendemos a enxergar o mundo de forma única e não iremos interpretar situações de forma igual.

Mas o fato é que, quanto mais claro e sincero você for com suas palavras, mais fácil é fazer quem escuta entender a SUA interpretação das coisas. Entende?

Por isso, apesar de não saber ao certo o que se passa na sua vida, ouso dizer que:

💡 Muitos dos seus conflitos poderiam ser evitados se você ao menos tivesse coragem e determinação para se comunicar de forma clara.

De forma bem prática, vamos lá. O primeiro diálogo deve ser com você mesmo. Se questione com profundidade.

• O que me incomodou?
• O que me ofendeu?
• Quais necessidades eu tenho? Elas estão sendo atendidas?
• Será que é isso mesmo que está me causando dor?
• Em que momentos específicos eu fico mais ansioso, inquieto e estressado?

Não tenha medo de se fazer inúmeras perguntas. Porque é só depois de entender bem o que se passa dentro de você, que você será capaz de elaborar com clareza o que precisa comunicar ao outro.

E, com o outro, independente de quem seja, por favor, poupe seu tempo e o dele:

• Não fale por entrelinhas ou indiretas. Fale com detalhes e especificamente o que precisa dizer. Por mais que seja difícil de acreditar, as pessoas não sabem o que você sabe — e podem interpretar a mesma situação de uma forma completamente diferente.
• Tente não mentir ou jogar para debaixo do tapete o que precisa ser dito. Essa é apenas uma forma de evitar um pequeno conflito, para, em contrapartida, criar um conflito futuro e provavelmente maior.
• Quando sentir medo de falar o que precisa, lembre-se de que o preço de não fazer isso é a chance de não colocar no mundo o que você mais quer e precisa. E, consequentemente, correr o risco de não ter essas coisas.

Mais uma vez, gostaria de destacar que nada disso será possível se, antes de levar suas questões para o outro, não elaborá-las bem consigo mesmo.

E diálogo é, como todas as coisas que se tornam boas na vida, uma questão de treinamento. Quanto mais prática, mais você irá se aperfeiçoar e menos se sentirá intimidado a colocar para fora o que precisa. Veja bem:

💡 Literalmente, ninguém é capaz de fazer isso por você, porque ninguém sabe verdadeiramente o que se passa aí dentro, além de você mesmo.

Então, voltando à pergunta inicial, diria que temos medo de conversar, porque temos medo de expor para o mundo nossas vulnerabilidades — e, de certa forma, dar munição para que nos machuquem.

De fato, é um risco que corremos. Como tudo na vida, sempre haverá risco. Mas, se você parar pra pensar, de um lado da balança está o seu medo e, do outro, está a chance de abrir mão do que você mais quer. Qual será o lado que pesará mais?

— Sarinha