
Temos mesmo que crescer?
POV
Temos mesmo que crescer?


Quando estudamos na Psicologia o desenvolvimento humano, dividimos a vida em fases:
- infância
- adolescência
- fase adulta
- velhice
Cada uma é marcada por características particulares e a fase de transição de uma das fases da vida para outra é sempre um período marcado por certos conflitos para o indivíduo.
Pense em quando estava saindo da infância e viu seu corpo mudar de repente durante a puberdade, ou quando teve escolher uma carreira para seguir e passar a andar com as próprias pernas, ou pense na síndrome do ninho vazio que os pais vivem.
Hoje, quero dar ênfase à fase da adolescência, por uma peculiaridade que observamos sobre ela no contexto atual da nossa cultura: sua extensão.
A adolescência nem sempre existiu. O termo foi criado no século XX, e só a partir daí, passou a ser considerado como estágio do desenvolvimento humano com as obras do psicólogo americano Stanley Hall.
É uma construção social que determinou uma fase de moratória entre a infância e a vida adulta. Antes disso, a partir da puberdade, os jovens já eram reconhecidos como aptos a assumirem certas responsabilidades “adultas”, como trabalho e casamento.
- E é também um período desafiador, pois carrega muitas incertezas.
O adolescente é aquele ser que não quer mais ser criança, mas ainda depende de adultos para sobreviver.
São caracterizados pela sua rebeldia, impulsividade, intensidade e por sua luta pela formação de uma identidade própria.
É o momento que o indivíduo se desconecta da fantasia e de muitos ideais, principalmente os dos pais, e passa a se conectar mais com a realidade do mundo à sua volta, suas responsabilidades a partir disso e seus próprios ideais.
🦶 Esse firmar os pés no chão é o que passa a caracterizá-lo como adulto.
Vários eventos podem ser responsáveis por essa transição.
Pode acontecer de forma rápida… Em certas culturas, a transição da adolescência para a fase adulta pode se dar através de um rito, literalmente de um dia para o outro, por exemplo, além dos muitos casos em que não existe outra opção para o indivíduo, a não ser amadurecer, o que acontece principalmente nas classes sociais mais desfavorecidas.
Mas o fenômeno que observamos na nossa cultura hoje é o prolongamento desse processo.
Jovens com condições de escolha, que levam mais tempo para encontrar uma carreira que gostam, um emprego capaz de os sustentar e para se sentirem preparados para assumirem compromissos sociais.
Talvez não seja difícil pensar naquele jovem adulto na faixa dos 30 anos que ainda é:
- Negligente para tomar as próprias decisões;
- Confuso em relação à sua identidade, sempre pula de galho em galho;
- Cheio de fantasias e planos que ocupam o lugar da ação e das oportunidades reais;
- Incapaz de assumir responsabilidades, compromissos e sustentar suas escolhas;
Sim, existe o tempo de cada um.
Sim, existe muito tempo para se descobrir e redescobrir durante a vida. Somos sempre inacabados.
Mas o fato é que a adolescência, com todas as suas peculiaridades, é uma FASE da vida e DEVE ser superada.
Por esse motivo:
🦋 É a partir da responsabilidade que o indivíduo encontra sentido para sua existência.
Sem responsabilidades, vagamos de forma inconsequente pela vida.
Assumir responsabilidades é o que permite a construção de projetos, conexões verdadeiras, competências, autoridade, recursos e autonomia.
E assumir responsabilidades e bancá-las é uma característica adulta.
Exige maturidade, exige força, coragem e equilíbrio para se fazer escolhas e arcar com as consequências delas.
Essa habilidade, os adolescentes não têm, por conta de fatores físicos, como maturação hormonal e do cérebro, mas principalmente por conta de fatores sociais e emocionais.
- A família, os amigos, a sociedade, o trabalho, a vida… Uma hora exigem que a transição aconteça.
Mas o fato é que o próprio indivíduo pode reconhecer que chega a hora de sair do mundo infantil e de fantasias para entrar no mundo adulto, onde existem, sim, vários desafios, mas também uma existência que carrega mais sentido e satisfação profunda.
Por isso: sim, precisamos crescer.
Talvez, não ter reconhecido isso até agora é o que causa aquele vazio gigante no fundo da sua alma.
Mas, se você se identificou, entenda que o primeiro passo para assumir as rédeas da sua vida é reconhecer a necessidade de fazer isso.
— Sarinha

Redação
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